ATA DA QUADRAGÉSIMA
PRIMEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA
SEXTA LEGISLATURA, EM 11-5-2016.
Aos onze dias do mês de
maio do ano de dois mil e dezesseis, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do
Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e
quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, na qual registraram presença
Bernardino Vendruscolo, Cassio Trogildo, Fernanda Melchionna, Guilherme Socias
Villela, José Freitas, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Kevin Krieger, Mauro
Pinheiro, Paulo Brum, Rodrigo Maroni e Tarciso Flecha Negra. Constatada a
existência de quórum, o Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda,
durante a Sessão, registraram presença Adeli Sell, Airto Ferronato, Clàudio Janta,
Delegado Cleiton, Dinho do Grêmio, Dr. Goulart, Dr. Thiago, Elizandro Sabino,
Engº Comassetto, Idenir Cecchim, Lourdes Sprenger, Luciano Marcantônio, Marcelo
Sgarbossa, Mario Manfro, Mauro Zacher, Mendes Ribeiro, Márcio Bins Ely,
Paulinho Motorista, Prof. Alex Fraga, Reginaldo Pujol, Sofia Cavedon e Waldir
Canal. À MESA, foram encaminhados: o Projeto de Lei Complementar do Legislativo
nº 019/16 (Processo nº 0779/16), de autoria de Fernanda Melchionna e Prof. Alex
Fraga; o Projeto de Lei do Legislativo nº 078/16 (Processo nº 0863/16), de
autoria de Idenir Cecchim; e o Projeto de Resolução nº 019/14 (Processo nº
1225/14), de autoria de João Derly e Jussara Cony. Do EXPEDIENTE, constaram os
Ofícios nos 1016, 1025 e 1026/15 e 093, 094, 1128, 203 e 204/16, de
Elisane dos Santos Reis, Coordenadora de Filial – GIGOV/PO – da Caixa Econômica
Federal. Após,
foi aprovado Requerimento de autoria de Valter Nagelstein, solicitando Licença
para Tratar de Interesses Particulares do dia nove ao dia dezoito de maio do corrente.
Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se Rodrigo Maroni, Tarciso Flecha Negra,
Sofia Cavedon, Clàudio Janta e João Carlos Nedel. Às quatorze horas e cinquenta
e seis minutos, constatada a existência de quórum deliberativo, foi iniciada a
ORDEM DO DIA. Após, foi aprovado Requerimento verbal formulado por Paulo Brum,
solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do
Dia. Em Discussão Geral, 2ª Sessão, estiveram os Projetos de Resoluçãos nos
009 e 007/16 (Processos nos 0625 e 0539/16). A seguir, foi aprovado
Requerimento verbal solicitado por Adeli Sell, solicitando alteração na ordem
de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia. Após, por solicitação de
Bernardino Vendruscolo, foi realizado um minuto de silêncio em memória póstuma
a Tadeu Dal’Lago. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei
do Legislativo nº 163/12 (Processo nº 2141/12), por vinte e sete votos SIM,
após ser discutido por Adeli Sell, Reginaldo Pujol, Engº Comassetto e Sofia
Cavedon, em votação nominal solicitada por Reginaldo Pujol, tendo votado Adeli
Sell, Airto Ferronato, Bernardino Vendruscolo, Delegado Cleiton, Dinho do
Grêmio, Dr. Goulart, Dr. Thiago, Elizandro Sabino, Engº Comassetto, Fernanda
Melchionna, Guilherme Socias Villela, Idenir Cecchim, José Freitas, João Bosco
Vaz, João Carlos Nedel, Kevin Krieger, Luciano Marcantônio, Marcelo Sgarbossa,
Mauro Zacher, Mendes Ribeiro, Márcio Bins Ely, Paulinho Motorista, Paulo Brum,
Prof. Alex Fraga, Reginaldo Pujol, Sofia Cavedon e Tarciso Flecha Negra. Após,
foi aprovado Requerimento de autoria de Kevin Krieger, solicitando o adiamento,
por uma sessão, da discussão do Projeto de Lei do Executivo nº 042/15 (Processo
nº 2719/15). Em Discussão Geral, 2ª Sessão, esteve o Projeto de Emenda à Lei
Orgânica nº 001/15 (Processo nº 0058/15), discutido por Reginaldo Pujol. Em
Discussão Geral, 2ª Sessão, esteve o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 006/13
(Processo nº 2284/13), discutido por Adeli Sell, Reginaldo Pujol, Sofia
Cavedon, Clàudio Janta, Engº Comassetto e Mauro Pinheiro. Os trabalhos foram
suspensos das dezesseis horas e quinze minutos às dezesseis horas e trinta
minutos para realização de reunião conjunta de Comissões Permanentes. Em
Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei do Legislativo nº 124/13
(Processo nº 1323/13), o qual teve sua discussão suspensa, em face da
inexistência de quórum deliberativo. Às
dezesseis horas e trinta e quatro minutos, constatada a inexistência de quórum
deliberativo, em verificação solicitada por Kevin Krieger, foi encerrada a
Ordem do Dia. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o
Projeto de Lei do Legislativo nº 257/15, discutido por Sofia Cavedon; em 2ª
Sessão, o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 008/16, discutido por Reginaldo Pujol, os Projetos de
Lei do Legislativo nos 209/15 e 054/16, estes dois discutidos por
Reginaldo Pujol, 041/16, este discutido por Reginaldo Pujol e Márcio Bins Ely,
e 065/16, este discutido por Reginaldo Pujol e Rodrigo Maroni. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se
Adeli Sell. Durante a Sessão, Airto Ferronato manifestou-se acerca de assuntos
diversos. Às dezessete horas e cinco minutos, o Presidente declarou encerrados
os
trabalhos, convocando os vereadores para a próxima sessão ordinária. Os trabalhos foram presididos por
Cassio Trogildo e secretariados por Paulo Brum. Do que foi lavrada a presente
Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada pelo 1º Secretário e pelo
Presidente.
O
SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Valter Nagelstein solicita
Licença para Tratar de Interesses Particulares no período de 9 a 18 de maio de
2016. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam o Pedido de Licença
permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
O Ver. Rodrigo Maroni está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. RODRIGO
MARONI: Boa
tarde, Presidente Cassio Trogildo, Vereadores, Vereadoras, colegas da Câmara
Municipal, público que nos assiste pela TVCâmara. Queria, hoje, especificamente
relatar que muito do trabalho deste ano ao qual me dediquei, que me colocou em
condições de riscos, ameaças, situações de pessoas com distúrbio psicológico,
psiquiátrico, problemas dos mais diversos, fichas enormes, gente que fez muito
mal. E as pessoas me perguntavam, muitas vezes, como é que eu tinha estômago
para aguentar situações tão extremas, com seres tão indefesos como são os
animais. Ontem à noite, parece que tudo fez valer a pena, quando eu vi o
Delegado que vem investigando o caso das últimas semanas, que tomou conta dos
noticiários, fazendo o pedido da prisão preventiva do suspeito do assassinato –
utilizando palavras corretas, porque eu muitas vezes falo com o coração aqui,
do caso do Theo. Eu acompanhei desde o primeiro momento, naquele domingo lá, há
três semanas, inclusive um colega da Câmara, de outro Gabinete, me ligou para
dizer para ir para lá, eram 15h30min. Acompanhei todo o caso e todo o
sofrimento da família. Vi nos olhos da menina que era dona do Theo, o
sofrimento de ter perdido um animal de forma absurdamente agressiva. Eu costumo
dizer aqui que não foi, lamentavelmente – falei isto para o Delegado –, o pior
caso que enfrentei este ano, também não foi uma exceção, por isso é uma vitória
muito grande, porque, dos 360 dias deste mandato, seguramente em 200 dias ou
mais eu estava dentro das vilas e em locais de risco, muitas vezes tendo que
negociar com o tráfico para poder entrar no local, por causa de animais que
tinham sido estuprados, tinham tomado tiro. E aquele caso que eu sempre lembro,
que foi muito emblemático, do animal que foi enterrado vivo lá em Cidreira. São
casos diários de morte, de maus-tratos, de sofrimento, de abandono, e muitos
abriam inquérito. Eu fui às casas das pessoas suspeitas, pessoas que foram
indiciadas, e nada aconteceu.
Quero dizer que em função de toda a ameaça que
eu e minha família – minha mãe, minha irmã – recebemos nas últimas semanas,
houve toda uma mudança familiar para uma adequação a essa situação, para a
gente ter o mínimo de segurança... Ter o meu carro fuzilado do jeito que foi,
principalmente ter passado por aquela situação na segunda-feira, onde buscava
alguém que se colasse à disposição de ser testemunha do caso do Theo, porque eu
via que os vizinhos estavam muito intimidados logo após o domingo, e fui
agredido, conforme o Delegado viu, ameaçado por 16 indivíduos que bateram com
ferro, portavam revólver... Eu quero dizer, aqui na Câmara Municipal, que não
me senti – porque não sou um cara da vingança, não acho que o mal se cura com o
mal, eu sempre digo que a gente tem que curar o mal com o bem, mas, ontem à
noite, quando eu vi, de forma corajosa, falando com os amigos da Polícia Civil
e Militar – que têm investigado esse caso –, fazer o pedido de prisão
preventiva, fez valer a pena ter engolido aquele lodo naquela quinta-feira à
noite, ter que pular daquele carro e ter sofrido ameaça. É óbvio que meu pai,
minha mãe e minha irmã não dormem bem há dias. Eu, particularmente, tenho
dormido à base de remédio e não escondo isso de ninguém. Passei quase três dias
dormindo menos de uma hora porque eu me acordava...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Presidente concede tempo para o final do seu
pronunciamento.)
O SR. RODRIGO
MARONI: ...assustado,
com medo, traumatizado pela situação que passei. Não foi a primeira vez que enfrentei
algo assim, foram centenas de casos, e por isso eu falo tanto sobre a questão
da delegacia dos animais. Porque não deveria ser um vereador ou um delegado
corajoso a enfrentar isso, mas uma delegacia que atuasse e visse que são
centenas, todos os dias, de casos assim, em várias cidades, por ignorância, por
limitação e por bandidagem mesmo, gente psicopata, gente do mal. Porque quem
faz mal para um animal é quem mais envergonha a espécie humana. Mas eu quero
dar parabéns por esse pedido de prisão preventiva, não só pela morte do Theo,
mas para aqueles que enterram vivo, que estupram, que matam, saberem que podem
parar na cadeia se fizerem mal a um animal.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Tarciso Flecha Negra está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. TARCISO
FLECHA NEGRA: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, boa
tarde a todos. A nossa Comissão – CECE – é composta pelos Vereadores aqui
presentes Dinho, Pablo, Reginaldo Pujol e a nossa querida Sofia. Nós tivemos
ontem, Ver.ª Lourdes, na Praça Jorge Bastiani, no Bairro São Sebastião, e
conversamos com o pessoal dessa praça, que, diz que há lixo e que as árvores
precisam de poda, Ver. Mauro Pinheiro. Então, é importante que o pessoal da limpeza
dê uma passada naquela praça e na quadra poliesportiva que tem ali para as
crianças, porque está tudo jogado. É importante que tudo esteja à altura e com
segurança para que a comunidade possa aproveitar mais as praças porque elas
estão, da maneira que estão, estão entregues, e a gente sabe bem que quando não
cuidamos dos nossos filhos tem quem cuide. Então, é importante que a gente
possa cuidar da nossa Cidade e do nosso bairro. Este é o nosso dever.
Neste ano em que sou o Presidente da CECE, eu
estou acompanhando, junto com o Vice-Presidente, que é o Ver. Reginaldo Pujol,
que foi o Presidente no ano passado, um trabalho muito bom que nós fizemos,
saindo da Câmara e indo até a comunidade. Então, estou procurando também fazer
este movimento: ir até a comunidade, ouvi-la, ver as suas demandas, pois
existem muitas. Estivemos em muitas praças, em colégios, porque é a função da
nossa Comissão de Educação, Esporte, Cultura e Lazer.
A gente vem pedir a todos os órgãos, à SMAM, à
limpeza, que procurem dar uma passada e limpar. Eu acho que ganham com isso não
só os bairros, mas Porto Alegre, que é uma cidade muito linda, um cartão postal
invejável do Brasil.
Quando Porto Alegre se mostra uma cidade limpa,
aquela cidade em que o seu povo pode caminhar... Por exemplo, no Gasômetro – eu
moro ao lado –, onde eu caminho às tardes, é tão lindo aquele cartão postal, é
tão lindo aquele Guaíba. E hoje o Gasômetro está sendo valorizado, lá está
saindo uma obra muito bonita, que vai, cada vez mais, engrandecer a nossa Capital
dos gaúchos, Capital de todos nós – dos negros, dos italianos, dos alemães, dos
espanhóis; é uma Capital que acolhe todo esse povo. Que maravilha!
Isto aqui não é uma crítica, é mais um pedido, como
Presidente da comissão, da qual fazem parte os Vereadores Dinho, Sofia Cavedon,
Mendes Ribeiro e Reginaldo Pujol. Porque não adianta o nosso trabalho ir até as
comunidades, ouvir suas demandas de limpeza, de poda de árvores, de aparar a
grama, de calçadas mais regulares para que as pessoas idosas também possam
aproveitar as praças, tomar o seu chimarrão, possam estar debaixo de uma
árvore. Há árvores tão maravilhosas, tão lindas, é uma pena que eu não tenha
trazido as fotos para mostrar aqui. Eu não conhecia essa praça, fui conhecer
ontem. É uma praça linda, maravilhosa.
Para encerrar, existem também outras praças
lindas que eu conheci e para as quais já fizemos pedidos de limpeza e poda.
Venho aqui fazer esse apelo também à Ver.ª Lourdes Sprenger, que também é dessa
área, da próxima vez vamos convidá-la para que também possa nos ajudar, pois
acho que é de interesse de todos nós, Vereadores e Vereadoras, e também de toda
a comunidade que faz a grande Capital dos gaúchos. Desde já agradeço. Não é uma
crítica é um pedido de providências para que os órgãos do Governo estejam
atentos, para que tenhamos uma cidade digna para o povo de Porto Alegre.
Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
A SRA. SOFIA
CAVEDON:
Sr. Presidente, Ver. Cassio Trogildo; Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, nós
não tivemos oportunidade de falar, e quero, em nome da Bancada do Partido dos
Trabalhadores, Ver. Maroni, dizer que repudiamos absolutamente o ato de
violência que V. Exa. sofreu. Parabenizamos o Presidente Cassio por tomar
atitude imediata junto à Polícia Federal e entendemos que não há possibilidade
de ficar impune o constrangimento com ameaça de morte a qualquer atividade de
Vereadores ou Vereadoras desta Casa ou de qualquer pessoa que esteja envolvida
em atividades públicas. Quero fazer da tribuna a fala do Partido dos
Trabalhadores, e o que a nossa Bancada puder estar junto e se manifestar no
sentido da elucidação, da responsabilização dos culpados, nós estamos à
disposição.
De outro lado, hoje é um dia muito triste, grave
e sério da democracia brasileira, Ver. Engº Comassetto, Ver. Adeli Sell e Ver.
Sgarbossa. A nossa Bancada, o Partido dos Trabalhadores, não esperava enxergar,
na jovem democracia brasileira, um processo de impedimento de uma Presidenta
que não tem contra ela nenhum crime, nenhum processo legal instalado, nenhuma
acusação com provas. Uma Presidente da República que, talvez pela condição de
mulher, talvez pela condição de intransigência no combate à corrupção, pela
absoluta autonomia e condições que deu ao Ministério Público, à Justiça,
especialmente à Polícia Federal para atuar nesses últimos anos, tem sido vítima
do constrangimento e da limpeza que este Brasil hoje vive dos corruptos e dos
corruptores. Para exemplificar, no mesmo período, período FHC relativamente ao
período Lula e Dilma, nós temos a diferença de nada mais, nada menos 40
operações da Polícia Federal, Operações da monta que estamos assistindo, para o
período do FHC e 2.900 operações da Polícia Federal durante o período Lula e
Dilma. Significa muito mais equipamento, muito mais pessoal, muito mais
tecnologia, muito mais armamento e absoluta autonomia e orientação, para que a
Polícia Federal cumpra o seu papel, doa a quem doer, atinja o partido que atingir,
sejam empresários, sejam funcionários públicos – mais de 2 mil deles foram
demitidos nesse mesmo período –, sejam políticos de qualquer natureza ou
partido. É um dia muito triste, muito grave, porque essa Presidente,
diferentemente do seu Vice, não é ficha suja. O Vice, que pretende assumir a
Presidência da República, está condenado em São Paulo porque fez doações de
campanha acima do legal. Se tivesse eleições não poderia se candidatar. O Vice
é citado e investigado em várias operações, inclusive na Lava Jato. Esse Vice
que tenta assumir é o Vice que deveria estar, se houvesse de fato base legal
para afastamento da Presidente, também ele seria impedido porque também assinou
decretos suplementares, também era Vice em todo o primeiro Governo Dilma e é
responsável sim, pelo Plano Safra que, para nós, não é crime de
responsabilidade, mas para os que estão neste momento votando desse jeito o é.
Inclusive pela conivência ou ausência ou intencionalidade do Supremo Tribunal
Federal. Ela, Presidente, que enfrenta uma crise internacional que chega ao
Brasil e que provoca na Europa convulsões sociais, como a França com grandes
paralisações, lutando para não perder direitos trabalhistas; ou como na Espanha
onde os trabalhadores, para não serem demitidos, estão aceitando redução de 50%
dos seus salários. Essa crise não é brasileira, essa crise econômica é mundial
e a Presidente enfrenta bravamente, e nossos indicadores ainda são melhores do
que na década anterior. Ela, que não tem contas no exterior e não é acusada de
enriquecimento ilícito, não tem nada que o comprove, diferentemente do seu
algoz, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, que, até há pouco tempo,
procrastinou por quatro meses o seu encaminhamento à Comissão de Ética, uma
vergonha para o Brasil, enquanto que, em um mês, ele encaminhou o impeachment da Presidente. Quatro meses
manipulando o seu próprio processo com seus comparsas na Câmara Federal, e
Eduardo Cunha só é afastado após acolher o impeachment
da Presidente Dilma. Ela não tem nenhum crime, nenhum perto do tamanho do
Eduardo Cunha. Se não fosse golpe, senhores, seria o quê? A Presidente Dilma
encerra com dignidade seu período – período interrompido por esse golpe –,
prorrogando o Mais Médicos, liberando os recursos da Polícia Federal, liberando
a construção de casas populares, realizando conferências de educação das
mulheres da assistência e as cotas...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Clàudio Janta está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. CLÀUDIO
JANTA: Sr.
Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, realmente hoje é um dia triste
para o povo brasileiro, como ontem, anteontem, mês passado, mês retrasado, como
têm sido os dias dos trabalhadores brasileiros. São 11 milhões de trabalhadores
desempregados, como não seria um dia triste? E maquiar essa verdade querendo
dizer que é uma perseguição porque a Presidente é mulher, ou querer dizer que
esta crise é mundial... A Espanha está em crise há 20 anos, o Leste Europeu
está em crise há 20 anos, a Grécia está em crise porque adotou esse sistema
econômico que o Brasil está adotando neste modelo de Governo, que é investir no
sistema financeiro, na especulação financeira. O Governo, que abriu mão de um
sistema sólido de investimentos, que foi um plano que deu sustentabilidade para
a indústria nacional, para a geração de emprego e renda, para o crescimento
deste País, que virou uma grande economia, que virou exemplo, que navegou nas
crises mundiais, e agora sucumbiu, com 11 milhões de desempregados, com a maior
empresa petrolífera do mundo, sucumbiu com a corrupção e o roubo. Quero
perguntar aqui: os empresários que estão presos, estão presos porque são
inocentes? Os empresários que estão presos, que estão pagando multa de milhões
e milhões, porque são inocentes? Ou eles são culpados? Ninguém é preso
injustamente no Brasil – ninguém! A Presidente Dilma Rousseff, que hoje, para o
bem do Brasil, do povo brasileiro e dos trabalhadores, será afastada da
Presidência da República, mentiu ou não para o povo brasileiro? Para nós,
trabalhadores, mentiu quando disse que não iria tirar direitos, quando disse
que iria conter o desemprego, que, na época, não eram 11 milhões. Mentiu,
sucumbiu às mentiras. Esse Governo, em todo seu período, não diminuiu um minuto
a jornada de trabalho dos trabalhadores; esse Governo que disse que ia acabar
com o fator previdenciário, não acabou; esse Governo que disse que não ia tirar
direitos dos trabalhadores, tirou. E seus homens de confiança, seu Líder do
Governo no Senado saiu algemado lá de dentro. Na história da República, foi o
único Senador a sair algemado e, ontem, foi cassado; seu Chefe da Casa Civil
está preso pela segunda vez; seu Tesoureiro, não é o primeiro Tesoureiro, acho
que é o terceiro, está preso. Quem está mentindo? Quem são os inocentes? Os 11
milhões de trabalhadores desempregados, chefes de família desempregados, que
estão nas ruas pedindo oxigênio, pedindo uma chance para o Brasil crescer e se
desenvolver, para que a indústria nacional volte a crescer, para que se tenha
uma chance na geração de emprego e renda. Ou quem se juntou com os maus
empresários e roubou a Nação Brasileira – hoje estão pagando milhões e milhões
de multas, estão presos – quem mentiu para o povo brasileiro num programa
eleitoral, quem está com seus parceiros presos na carceragem, seja em Brasília,
seja em Curitiba, quem são as vítimas? Eu acho que as vítimas são os
trabalhadores que saem, diariamente, para trabalhar com a incerteza de
continuar empregados, eu acho que as vítimas são as crianças, que não
conseguem, lá no fundo, no horizonte, deslumbrar um futuro melhor. Eu acho que
a vítima é o povo brasileiro, que tem a esperança...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Presidente concede tempo para o término do
pronunciamento.)
O SR. CLÀUDIO
JANTA: ...de
um mundo melhor. Eu acho que vale a pena oxigenar a política. E o povo já
demonstrou que, se não der certo, nós vamos tirar; se não der certo, nós vamos
fazer eleições gerais; se não der certo, nós vamos botar, novamente, um outro
governo nos trilhos, porque este Governo saiu dos trilhos. Este Governo
abandonou o seu projeto de governo, o seu projeto social, o seu projeto de
estar do lado do povo brasileiro, do lado dos trabalhadores, do lado da pátria
mãe, do lado do povo, do lado da soberania nacional. Com muita força, fé e
solidariedade, este Brasil vai voltar a crescer e se desenvolver para gerar
emprego e renda. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. João Carlos Nedel está
com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO
CARLOS NEDEL: Sr. Presidente Ver. Cassio
Trogildo; Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, eu quero, aqui, elogiar o Ver. Rodrigo Maroni,
que defende os animais. Meus parabéns! É extremamente importante defender a
vida dos animais, dos nossos melhores amigos. Mas eu também quero elogiar,
aqui, a atuação do Ver. Paulo Brum, que, em toda a sua vida parlamentar,
defende as pessoas com deficiência – isso é meritório. E eu, hoje, estou
recebendo, aqui, a visita do Sr. José Alexandre Marques Seadi, Diretor de
Captação da Casa do Menino Jesus de Praga. Eu sou conselheiro dessa entidade de
utilidade pública do nosso Município, que, atualmente, acolhe 42 crianças; nem
todos são crianças, porque, há muito tempo, Paulo Brum, V. Exa. conhece bem,
elas são muito bem cuidadas e aí crescem e somam idade. Há crianças que já
estão lá há mais de 15 anos. Então, vão se tornando adultas, mas são muito bem
cuidadas. Lá estão 42 crianças a um custo de R$ 7 mil por mês, por criança, o
que envolve remédios, fisioterapia, alimentação, hospedagem, e são todos muito
bem atendidos, eu sou testemunha pessoal. Essa casa tem um custo aproximado de
R$ 3 milhões por ano, e somente 25% desses valores são oriundos de
contribuições de instituições públicas; 75% são oriundos de contribuições da
sociedade – doações de pessoas beneméritas que veem a importância desse
atendimento. Agora nós tivemos um evento extremamente importante, porque, pela
primeira vez na história da Casa do Menino Jesus de Praga, uma criança com
deficiência, com paralisia cerebral e motora permanente, foi adotada por um
casal. Olha só que demonstração de solidariedade e de amor por aquelas crianças
que estão lá – e a instituição cuida muito bem dessas crianças. Eu queria
cumprimentar todos esses doadores, a instituição, os diretores que estão lá
voluntariamente, meu amigo Telêmaco, atendendo a essas 42 crianças. Está no
final da construção, Ver. Paulo Brum, uma nova sede, aumentando a capacidade
para 100 crianças, porque, tristemente, Walton Carpes, há uma fila de
pretendentes e não há vagas possíveis para atender a essas crianças.
Então, quero renovar os agradecimentos, em nome
da sociedade, a essa entidade benemérita, que é a Casa do Menino Jesus de
Praga. Muito obrigado Srs. Diretores; muito obrigado, senhores contribuintes,
doadores e solidários dessa entidade, porque realmente ela é benemérita e
contribui para o bem-estar dessas crianças. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo – às 14h56min): Havendo quórum,
passamos à
O SR. PAULO
BRUM (Requerimento): Sr. Presidente, solicito a alteração da ordem da
priorização de votação, para que possamos, imediatamente, passar à discussão do
PR nº 009/16 e, depois, do PR nº 007/16. Após retornaremos à ordem normal.
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em votação o Requerimento de autoria do Ver.
Paulo Brum. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se
encontram. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte)
2ª SESSÃO
PROC. Nº 0625/16 – PROJETO DE RESOLUÇÃO
Nº 009/16, de autoria do
Ver. Paulo Brum, que inclui al. c no inc. I e revoga o inc. II do caput do art. 2º da Resolução nº 2.083,
de 7 de novembro de 2007, e alterações posteriores; e inclui al. c no inc. I e revoga o inc. II do caput do art. 134-A da Resolução nº
1.178, de 16 de julho de 1992 – Regimento da Câmara Municipal de Porto Alegre
–, e alterações posteriores; flexibilizando a cada vereador a protocolização
dos 4 (quatro) Diplomas Honra ao Mérito dentro da legislatura.
Parecer Conjunto:
- da CCJ, CEFOR,
CUTHAB, CECE, CEDECONDH e COSMAM. Relator-Geral Ver. João Carlos Nedel:
pela aprovação do Projeto.
Observações:
-
discussão geral nos termos do art. 126 do Regimento da CMPA;
-
incluído na Ordem do Dia em 04-05-16.
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em discussão, em 2ª Sessão, o PR nº 009/16. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Está
encerrada a 2ª Sessão de discussão.
O SR. AIRTO
FERRONATO: Caro
Presidente, eu tinha, segunda-feira, dois projetos de minha autoria, que
estavam nos itens 33 e 34 da ordem de priorização de votação, hoje eu tenho
três projetos, na página 13, e lá em cima no título diz o seguinte: proposições
priorizadas aguardando parecer de comissão permanente. O que quer dizer isso?
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Ver. Ferronato, na verdade, são projetos que
estão com pedido de urgência, pelo art. 81, os três, mas dependem dos pareceres
da Comissão de Constituição e Justiça. Como os pareceres ainda não foram
entregues, o art. 81 ainda não pode ser aplicado. O art. 81 só pode ser
aplicado a partir do parecer da CCJ. E o número três está aguardando manifestação da CEDECONDH.
O SR. AIRTO
FERRONATO: Só
uma pergunta: o primeiro, é o Requerimento nº 150/15, o segundo, é o PLCL nº
025/15, e o terceiro, é o PLL nº 043/16. O primeiro e o terceiro são de 2015 e
ainda não passaram pelas Comissões. Estão devagar as Comissões!
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Ver. Ferronato, como é matéria de tramitação
legislativa, eu sugiro que o senhor consulte a DL.
O SR. AIRTO
FERRONATO: Mas
é para os colegas todos compreenderem: os dois primeiros processos são de 2015,
e um ainda está na Comissão de Constituição e Justiça! É impossível.
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): A qual o senhor está se referindo? Qual o
número?
O SR. AIRTO
FERRONATO: Os
que estão na página 13 da priorização de votação de hoje.
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Só para o senhor ter uma ideia, a página 13 não
está nem distribuída ainda, justamente porque os processos não estão na Ordem
do Dia.
O SR. AIRTO
FERRONATO: Mas
por que estava no item 34 da ordem de priorização de segunda?
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Estavam com a mesma observação e foram
retirados, justamente para não termos este tipo de problema.
O SR. AIRTO
FERRONATO: Mas
não se pode pedir urgência à Reunião Conjunta das Comissões?
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Pode-se pedir, sim. Precisa ser priorizado na
Reunião Conjunta. Mas aí é outro Requerimento; é pedir para incluir em Reunião
Conjunta, quando tivermos. Esclarecido, Ver Ferronato? (Pausa.) Qualquer
complementação, a DL está à disposição aqui.
DISCUSSÃO GERAL
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte)
2ª SESSÃO
PROC. Nº 0539/16 – PROJETO DE RESOLUÇÃO
Nº 007/16, de autoria da
Mesa Diretora, que altera as als. b e c dos incs. II e III
do art. 148, os §§ 3º e 4º do art. 180, o § 1º do art. 201 e os incs. I e II do
caput e o § 4º do art. 227, inclui
als. d e e no inc. II do art. 148 e revoga as als. d e e do inc. III do art.
148 da Resolução nº 1.178, de 16 de julho de 1992 – Regimento da Câmara
Municipal de Porto Alegre –, e alterações posteriores, alterando o funcionamento
das sessões plenárias de quartas e quintas-feiras.
Parecer Conjunto:
- da CCJ, CEFOR,
CUTHAB, CECE, CEDECONDH e COSMAM. Relator-Geral Ver. Elizandro Sabino: pela
aprovação do Projeto.
Observações:
-
discussão geral nos termos do art. 126 do Regimento da CMPA.;
-
incluído na Ordem do Dia em 04-05-16.
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em discussão, em 2ª Sessão, o PR nº 007/16.
(Pausa.) Não há quem queira discutir. Encerrada a 2ª Sessão de discussão.
O SR. ADELI
SELL (Requerimento): Sr. Presidente, solicito a alteração da ordem
da priorização de votação, para que possamos, imediatamente, passar à discussão
e votação do PLL nº 163/12. Após retornaremos à ordem normal.
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em votação o
Requerimento de autoria do Ver. Adeli Sell. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
O
SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO (Requerimento): Sr. Presidente, solicito um minuto de
silêncio pelo falecimento do Sargento Tadeu Dal’Lago. Esse militar, quando mais
jovem, foi atleta no Rio Grande do Sul, foi aluno do nosso colega Ver.
Professor Garcia – era muito amigo do Professor Garcia. O Tadeu foi assassinado
na cidade de Gravataí, ontem, num assalto. Nós convivemos muito, no período do
Exército, praticando esporte. Foi um grande gaúcho que defendia o Rio Grande do
Sul nas competições nacionais e internacionais.
O
SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Deferimos o pedido.
(Faz-se um minuto de silêncio.)
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 2141/12 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 163/12, de autoria do
Ver. Adeli Sell, que inclui
o evento Fórum Internacional Software Livre – FISL – no Anexo I da Lei
nº 10.903, de 31 de maio de 2010 – que institui o Calendário de Eventos de
Porto Alegre e o Calendário Mensal de Atividades de Porto Alegre, dispõe sobre
a gestão desses calendários e revoga legislação sobre o tema –, e alterações
posteriores. (desarquivado pelo Ver. Engº Comassetto)
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Márcio Bins Ely: pela inexistência de óbice de
natureza jurídica para a tramitação do Projeto;
-
da CECE. Relator Ver. João Derly: pela aprovação do Projeto;
-
da CEDECONDH. Relator Ver. Mario Fraga: pela aprovação do Projeto.
Observação:
- incluído na
Ordem do Dia em 21-08-13.
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em
discussão o PLL nº 163/12. (Pausa.) O Ver. Adeli Sell está com a palavra para
discutir o PLL nº 163/12.
O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, com muita satisfação
explico aos colegas que esse é um projeto de lei extremamente
importante para mim, porque, agora no mês de julho, nós estaremos recebendo em
Porto Alegre o 17º Fórum Internacional de Software Livre na Pontifícia
Universidade Católica, onde foi realizado durante todos esses anos. É o maior
evento internacional de software livre
do mundo, feito no Brasil. Esclareço porque, muitas vezes, há confusão acerca
do uso e do significado da expressão software
livre, que não se confunde, em absoluto, com a pirataria, muito pelo
contrário. Nós temos softwares que
são fechados, feitos por grandes empresas que cobram direito autoral, o que é
justo, legal – não questiono de forma alguma. No entanto, hoje nós temos
empresas públicas, empresas privadas que usam as plataformas livres, que são as
que podem ser mexidas, que podem ser alteradas e que são extremamente importantes
para o avanço da tecnologia da informação e da comunicação no mundo. O 17º Fórum
Internacional de Software Livre, mais uma vez, vai ser realizado na Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Nós temos sempre um número
significativo de pessoas nesses eventos, que vai, normalmente, de 6.500 a 7 mil
pessoas. Essa tem sido uma média regular, sendo que, num dos anos, houve a
participação de 10 mil pessoas nesse evento na PUC. Extremamente importante,
mesmo num momento de dificuldades, o Fórum Internacional de Software Livre está
mantido, é organizado pela Associação Software Livre aqui do Estado do Rio
Grande do Sul. Nós, em muitos momentos – pasmem –, tivemos grandes empresas que
tratam de softwares, como a Dell, a
Microsoft e a Oracle, querendo participar de um fórum de software livre, porque não há, necessariamente, uma contradição
entre um software fechado e um software com as plataformas abertas.
Pelo contrário. Nós sabemos que as grandes empresas de plataformas fechadas
bebem, normalmente, nas plataformas abertas.
Hoje li, para minha satisfação, que uma das
grandes empresas do Vale do Silício propõe que os seus funcionários, sem saírem
da empresa, formem as suas startups,
ou seja, as empresas iniciantes daqueles que vão começar na alta tecnologia com
a sua própria empresa, como uma empresa privada ou, como nós dizemos no Brasil,
uma PJ – pessoa jurídica.
Este é um projeto extremamente simples, é para
acoplar esse grande evento internacional feito em Porto Alegre. Há, inclusive,
uma pressão para que ele se desloque para Fortaleza, no Ceará. No entanto, como
os principais organizadores são do Rio Grande do Sul, mesmo com as dificuldades
que, às vezes, nós temos aqui, não vai haver essa transferência.
Ver. Villela, o Inovapoa, assim como a Procempa,
da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, têm sido ativos, participantes, apoiadores
do Fórum Internacional do Software Livre. É só entrar na sede do Inovapoa,
podem ir lá verificar, inclusive, os documentos do apoio da Prefeitura
Municipal de Porto Alegre. Ela foi decisiva, inclusive, em alguns momentos,
para que esse Fórum se tornasse essa efeméride, de tal magnitude de juntar,
como juntou num desses anos, 10 mil pessoas lá na PUC. Que continue com vida
longa o Fórum Internacional de Software Livre, que fique em Porto Alegre e que,
como já temos acertado com o pessoal, faça parte, portanto, imediatamente do
Calendário Oficial do Município de Porto Alegre. Pelo apoio de V. Exas.,
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para
discutir o PLL nº 163/12.
O SR. REGINALDO
PUJOL:
Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, o projeto de lei de autoria
do Ver. Adeli Sell que se encontra em discussão, que inclui o evento Fórum Internacional Software Livre – FISL – no
Anexo I da Lei nº 10.903, de 31 de maio de 2010 – que institui o Calendário de
Eventos de Porto Alegre e o Calendário Mensal de Atividades de Porto Alegre,
dispõe sobre a gestão desses calendários e revoga legislação sobre o tema –, e
alterações posteriores. Este é um dos tantos projetos que fico surpreso em
saber que já não tenha sido definido aqui na Casa. Ocorre que o mesmo foi
proposto em setembro de 2012; está na Ordem do Dia desde 2013; tem o Parecer
favorável de todas as Comissões e ainda não foi votado na Casa. Não posso
entender por que tanta demora nesta matéria. Está na Ordem do Dia desde 2013,
por conseguinte, há mais de dois anos, em vias de completar três anos,
mourejando na Ordem do Dia. Este projeto, objetivo e que, de certa maneira,
envolve simplicidade na medida em que se utiliza de um mecanismo regimental
previsto no nosso ordenamento jurídico interno, que propõe a inclusão desse
festival – que já ocorre na cidade de Porto Alegre e que tem um significado
muito importante – já tinha que estar claramente definido. Então eu venho à tribuna
dizer que nós temos que ter o cuidado de fazer, de tempos em tempos, Sr.
Presidente, uma verificação na Ordem do Dia, porque nós perdemos tanto tempo
aqui discutindo moções, que depois nos geram até arrependimentos, etc., e
deixamos de enfrentar situações simples como essa. Este projeto já deveria ter
sido votado anteriormente. Quando eu presidia a Comissão de Constituição e
Justiça, lá no ano de 2012, o Ver. Márcio Bins Ely já tinha dado um parecer que
foi unanimemente aprovado, pelo qual se declarava a inexistência de qualquer
óbice de natureza jurídica que pudesse obstar a tramitação da matéria.
Posteriormente, outras situações ocorreram, em que comissões diferentes, entre
as quais a própria Comissão de Educação, Cultura e Esporte ofereceu o seu parecer
favorável. Parecer favorável, também, da Procuradoria da Casa. Tudo isso há
quatro anos, e nós não temos decisão ainda sobre a matéria. Então, Sr.
Presidente, ainda que tardiamente, vamos, hoje, fazer justiça ao Ver. Adeli
Sell pelo belo projeto apresentado lá atrás, e que, queira Deus e a sabedoria
de todos os Vereadores e as Vereadoras que compõem esse sodalício, possa ser
hoje aprovado. Era isso, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Engº Comassetto está com a palavra para
discutir o PLL nº 163/12.
O SR. ENGº
COMASSETTO:
Sr. Presidente, meus colegas Vereadores e Vereadoras, senhoras e senhores,
quero vir aqui trazer todo apoio ao projeto e fazer algumas considerações da
inclusão do Fórum Internacional de Software Livre no Calendário Oficial da
cidade de Porto Alegre, que é um projeto do Ver. Adeli, de 2012, que tive o
prazer de desarquivar nesse período em que o Vereador aqui não estava, para que
nós pudéssemos estudá-lo, e nada melhor do que seu ator presente para que
possamos, Ver. Airto Ferronato, votar esse projeto.
Eu quero aqui fazer algumas referências sobre o
mundo da tecnologia da informação e da comunicação. Primeiro, que o setor
tecnológico no mundo é o que mais cresce, e nós fizemos nesta Casa, Ver. Adeli
Sell, um trabalho, nos anos de 2007 e 2008, quando buscamos e trouxemos para
Porto Alegre a Feira Internacional de Tecnologia de Informação,
Telecomunicações, Softwares e Serviços – Ceibit, de Hannover. Infelizmente, ela
teve cinco sessões e deixou de existir. Era uma busca de todos os potenciais da
tecnologia da informação e da comunicação desenvolvidos no mundo que pudessem
ser traduzidos numa feira de caráter continental. Porto Alegre disputou,
naquele momento, com Buenos Aires e São Paulo, a Ceibit, que foi realizada em
cinco sessões na FIERGS e, infelizmente, a partir do ano passado, deixou de
existir. Mas o Fórum Internacional de Software Livre, que já iniciou há uma
década, se mantém vivo e ativo, e acontece anualmente lá nas dependências da
PUC, reunindo milhares de pessoas, estudantes e intelectuais e que preconiza
que a tecnologia da informação e da comunicação pode ser utilizada através do software livre, quando ninguém precisa
pagar royalties para ninguém; não
depende das empresas, sob o ponto de vista da exploração do capital, utilizar
esse software livre. Inclusive, Sr.
Presidente, seria conveniente que esta Casa pudesse convidar a coordenação do
Fórum Internacional de Software Livre, para que nós pudéssemos adotar, aqui na
Casa – por que não? –, o software
livre, sem precisarmos pagar mensalmente um valor que poderia ser destinado
para outra finalidade. Nesse sentido, eu quero cumprimentar, no mínimo, três
pessoas de Porto Alegre que trabalham há décadas para consolidação do Fórum
Internacional Software Livre –
FISL. O primeiro deles, Ricardo Fritsch, que é um dos coordenadores deste
processo. Quero cumprimentar aqui também o Sady, que é um lutador do tema
tecnologia da informação e da comunicação e do software livre, juntamente com o Tavares que hoje está servindo na
Procempa, ao Município de Porto Alegre. Vereador Adeli, o Fórum Internacional Software Livre existe por causa do
desempenho que tiveram e têm esses profissionais, à frente desta ideia. Então,
essa proposta de incluirmos no Calendário de Eventos da cidade de Porto Alegre,
a atividade do Fórum Internacional Software
Livre, Porto Alegre, hoje, nesse meio, é conhecida mundialmente. Agora,
avizinha-se a realização de mais uma edição do FISL; então, quero aqui trazer
todo o meu apoio.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para
discutir o PLL nº 163/12.
A SRA. SOFIA
CAVEDON:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, venho aqui dar meu apoio à
iniciativa do Ver. Adeli, celebrando sua volta a esta Casa e o desengavetamento
de temas de que ele cuidava com competência, com criatividade e com aplicação.
Acho que não pôde continuar seu mandato, retoma – isso é benéfico para a cidade
de Porto Alegre. Esse tema do software
livre tem uma medida simples – colocação no calendário da Cidade –, mas com
uma intencionalidade importante. Afinal, os militantes do software livre nadam contra a corrente. Não é nada fácil convencer
usuários, muito menos Governos, instituições públicas em larga escala a
ensinar, a instrumentalizar, capacitar, apoiar a utilização do software livre. Não é fácil porque as
grandes corporações que vendem seus sistemas têm mais capacidade de sedução, de
ampliação, de diálogo, de comunicação e de facilitação do uso das ferramentas
da Internet. No entanto, o Software
Livre dá uma liberdade e um barateamento muito importantes e estratégicos para
a democratização da comunicação. É nesse marco que se coloca esse evento
internacional sediado pela cidade de Porto Alegre. A cidade de Porto Alegre que
ainda tem a fama mundial de ser o lugar da contracorrente, de ser contra ao
pensamento hegemônico, que trabalha com alternativas sociais, com plataformas
colaborativas, com sistemas que se opõem ao pensamento único e, principalmente,
à concentração do lucro nessa área do conhecimento, nessa área da tecnologia.
Todos nós sabemos que, ao comprarmos qualquer sistema operacional dessas
corporações mundiais, estamos enriquecendo uma porcentagem mundial que concentra
a riqueza do mundo.
Quando se trabalha com Software Livre, pega-se
essa ferramenta que é o resultado, sim, da luta dos trabalhadores, que é
resultado de mortes e de guerras, porque todos esses sistemas foram
desenvolvidos exatamente para espionagem, para armamentos, para decodificações,
para comunicação de guerra. E a custo de muito sangue da historia de soberania
de povos, da luta social, da luta por justiça social é que nós estamos hoje na
era do conhecimento. Essa era do conhecimento tem que significar acesso pleno à
autonomia dos usuários da Internet, dos usuários do meio eletrônico, que
encurta distâncias, que facilita acesso à comunicação, à formação, ao trabalho
criativo, ao trabalho sem grandes investimentos, ao trabalho para soluções de
problemas sociais. A inclusão, por exemplo, Ver. Pulo Brum, de todas as
ferramentas eletrônicas, softwares
que estão sendo desenvolvidos, que são maravilhosos para quem não podia se
comunicar: surdos, mudos, pessoas com deficiências múltiplas que têm feito
faculdade, que tem chegado ao Ensino Superior, que tem produzido conhecimento
pelo desenvolvimento das tecnologias assistivas. E quanto mais for possível
democratizá-las, torná-las ferramentas de simples acesso, gratuitas, que é o
que o software livre se propõe, mais inclusão nós faremos, porque a
grande massa das pessoas pobres ainda não tem como comprar, atualizar e se
manter no top dos sistemas
operacionais pagos. O software livre
é o desenvolvimento de libertação, que, inclusive, permite a interferência na construção
da própria ferramenta, e ele tem que ser celebrado, e precisa apoio para se
instalar, para se dinamizar, para ser apropriado pelo conjunto da nossa
população em especial pelos nossos jovens. Os jovens, adolescentes e crianças
que não acessam esse mundo estão fora das tribos, estão fora do diálogo
mundial, das plataformas mundiais internacionais, e é importante que o software livre seja acessível a todos.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em votação nominal, solicitada pelo Ver.
Reginaldo Pujol, o PLL nº 163/12. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 27 votos SIM.
O SR. KEVIN KRIEGER (Requerimento): Sr. Presidente, em
composição com a situação e oposição, inclusive conversado com V. Exa.,
requeiro o adiamento da discussão do PLE nº 042/15 por uma Sessão.
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em votação o
Requerimento de autoria do Ver. Kevin Krieger. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que
o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte)
2ª SESSÃO
PROC.
Nº 0058/15 – PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 001/15, de autoria do Ver. Guilherme Socias
Villela, que inclui art. 127-A na Lei Orgânica do Município de Porto Alegre,
determinando o incentivo à economia criativa.
Pareceres:
- da CCJ. Relatora Verª Lourdes
Sprenger: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto;
- da CEFOR. Relator Ver. João
Carlos Nedel: pela aprovação do Projeto;
- da CUTHAB. Relator Ver. Carlos
Casartelli: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relatora Verª Sofia
Cavedon: pela aprovação do Projeto;
- da CEDECONDH. Relator Ver. João
Bosco Vaz: pela aprovação do Projeto;
- da COSMAM. Relator Ver. Marcelo
Sgarbossa: pela aprovação do Projeto.
Observações:
-
discussão geral nos termos do art. 129 do Regimento da CMPA;
-
incluído na Ordem do Dia em 07-10-15.
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em discussão, em 2ª
Sessão, o PELO nº 001/15. (Pausa.) O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra
para, em 2ª Sessão, discutir o PELO nº 001/15.
O SR. REGINALDO
PUJOL: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores, anunciei na Sessão anterior que, quando este projeto estivesse em
2ª Sessão de discussão regimental, eu haveria de usar a tribuna, na medida em
que, naquela oportunidade, me privei de tanto, numa contribuição para que nós
pudéssemos acelerar a realização daquela sessão plenária. Hoje, coerentemente,
venho à tribuna e enfatizo que o projeto que altera ou que introduz
modificações na Lei Orgânica do Município, com a introdução do art. 127-a da
Lei Orgânica do Município de Porto Alegre, determinando o incentivo à economia
criativa, foi muito bem elaborado pelo seu autor e mereceu o exame das
comissões temáticas, todas elas unânimes em recomendar a aprovação do projeto.
Desde a Comissão de Constituição e Justiça, que declarou a inexistência de
óbice de ordem jurídica, até a Comissão da qual faço parte, a qual presidia no
ano passado, quando, em 30 de maio, encerrando o período de análise das
comissões, nós aprovamos parecer da Ver.ª Sofia Cavedon, que acompanhava as
demais comissões e pedia a aprovação do projeto de lei. Quando do primeiro dia
das discussões, o projeto foi examinado por Vereadores de várias colorações
partidárias, e todos eles se somaram às posições das comissões temáticas, não
só da Ver.ª Sofia Cavedon, como também da Ver.ª Lourdes Sprenger, Relatora da
Comissão de Constituição e Justiça, e outros colegas nossos, entre os quais, o
Ver. João Bosco Vaz, que foi o Relator na Comissão de Defesa do Consumidor,
Direitos Humanos e Segurança Urbana. Todos eles, mais ainda do Vereador que
integra uma importante Comissão de Casa, que é a CUTHAB, e que hoje não se
encontra conosco, porque esse seu parecer data de 11 de maio de 2015, era nosso
então colega o Ver. Carlos Casartelli, projeto que foi unanimemente aprovado.
Tudo isso, Sr. Presidente, faz com que a nossa presença na tribuna seja
simbólica, muito mais para homenagear o Vereador proponente, alertar que esta
matéria, por exigência regimental, precisa de quórum especial de dois terços.
Entendo que esta não irá à votação no dia de hoje – hoje teremos o cumprimento
do mandamento regimental, que estabelece discussão em duas Sessões e votação
numa terceira. Então, precisamos estar atentos para que, na próxima Sessão,
quando a matéria vier à votação, todos aqueles que, como eu, aprovam o projeto
de lei, elogiam o projeto de lei, compareçam e consagrem o projeto com o seu
voto, com sua aprovação, complementando o quórum mínimo de 24 votos e com a
introdução, por consequência, na nossa Lei Orgânica, dessa recomendação
positiva, prolatada por este experiente companheiro nosso de representação
popular, que vem afirmar algo que é extremamente recomendável nos dias
presentes, que é a economia criativa. Meus cumprimentos, Ver. Villela, receba
minha solidariedade. Já na Comissão de Constituição e Justiça, na ocasião, e
mais tarde na Comissão de Educação, Cultura e Esportes nós havíamos afirmado a
nossa posição favorável ao seu projeto. Que ele venha à votação e que surjam os
24 votos ou mais, para que ele, aprovado, passe a surtir seus jurídicos e
legais efeitos. Obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Encerrada a discussão, em 2ª Sessão, do PELO nº
001/15.
DISCUSSÃO GERAL
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte)
2ª SESSÃO
PROC.
Nº 2284/13 – PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 006/13, de autoria do Ver. Clàudio Janta, que
altera o § 2º do art. 179 da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre,
dispondo sobre o provimento de meios para que as escolas municipais,
progressivamente, funcionem em turno integral.
Pareceres:
- da CCJ. Relator Ver. Márcio
Bins Ely: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto;
- da CEFOR. Relator Ver. Guilherme
Socias Villela: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relator Ver. João
Derly: pela aprovação do Projeto.
Observações:
- discussão geral nos
termos do art. 129 do Regimento da CMPA;
- incluído na Ordem do Dia
em 27-08-14.
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Em discussão, em 2ª Sessão, o PELO nº 006/13.
(Pausa.) O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir, em 2ª Sessão, o
PELO nº 006/13.
O SR. ADELI
SELL: Sr.
Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores, é
importante que, em seguida, o Ver. Clàudio Janta, autor deste projeto de lei,
venha falar, porque na última Sessão aqui, em primeira discussão, eu fiz um
conjunto de questionamentos especialmente sobre o grande problema que nós
estamos enfrentando hoje em Porto Alegre com a Educação Infantil. Nós temos um
trabalho da Prefeitura Municipal junto às creches comunitárias, que são
pequenas escolas infantis que têm, evidentemente, o acompanhamento pedagógico
da Secretaria Municipal de Educação, no entanto, os recursos aportados pela
administração pública municipal são extremamente precários. Eu dizia aqui que
seria necessário, sem fazer maiores cálculos, que a Prefeitura aumentasse, no
mínimo, imediatamente, em 10% os recursos. Um pequeno estudo vai nos dizer que
precisamos de 20%. Qualquer problema que houver, na área trabalhista - eu
conversava isso agora há pouco com o Ver. Alex -, um pequeno descuido, a
pequena escola ou a pequena creche fazem um esforço comunitário. As pessoas
colaboram, às vezes, com comida ou com uma pequena parcela de contribuição
mensal para que as crianças fiquem naquele espaço ali ao lado ou próximo à casa
dos trabalhadores e das trabalhadoras. Assim, parece-me importante que o Ver.
Clàudio Janta levante a questão da expansão do ensino para o turno integral.
Muitas vezes, o turno reverso hoje é feito em outras instituições. De 7 a 14
anos, muitos jovens vão a outras instituições, no chamado turno reverso, quando
o ideal seria ficar na própria escola, até por questões de segurança, para um
acompanhamento mais elaborado nessas escolas propriamente ditas. Então, o nosso
questionamento ao autor do projeto é sobre como ele enxerga e se é possível
ainda alguma modificação nessa reta final, antes da discussão, para que a gente
possa ter o melhor na educação deste País. Eu, neste momento, gostaria de
expressar a minha mais profunda preocupação com o destino da educação no
Município, no Estado e no País. É verdade que a municipalidade tem pago um
salário bem superior aos professores, Ver.ª Sofia Cavedon, do que o Estado tem
pago aos seus professores. No Estado, eu não diria que são baixos os salários;
é o quadro da indigência. Eu levantei, há poucos dias, o caso do Mangabeira,
uma escola do Estado, em que os professores e as crianças tinham que levar
papel higiênico para a escola. Imaginem a situação por que passam algumas
escolas do Estado.
Neste último vendaval que tivemos, muitas
escolas tiveram que fazer reformas com aquele precaríssimo recurso aportado
pelo Poder Público – aqui falo mais, inclusive, das escolas do Estado, mas
também tivemos casos em escolas do Município. Imaginem a situação, Ver.
Villela, das nossas pequenas escolas de periferia, das nossas creches
comunitárias, que V. Exa. conhece há tanto tempo e tão bem. Por isso eu fiz
esses questionamentos ao autor do projeto, nosso colega Ver. Clàudio Janta, que
tenho absoluta convicção de que vai nos aportar novos elementos para que
possamos aprovar este projeto, mas, efetivamente, trabalhar com campanhas de
educação no Município de Porto Alegre. Alguns temas, às vezes, se colocam aqui,
solicitando uma aprovação legislativa que não caberia, mas, sim, uma ajuda da
Câmara de Vereadores, das instituições públicas, das organizações, inclusive
das empresas, para que tivéssemos uma educação integral. Esta foi e deverá ser
sempre uma Cidade educadora e inclusiva para todos. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para
discutir, em 2ª Sessão, o PELO nº 006/13.
O SR. REGINALDO
PUJOL:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, este projeto, como o
anterior, já deveria ter sido aprovado na Casa. Não é tão antigo na Casa como o
projeto do Ver. Adeli Sell, que acabou de merecer o apoio geral de todos nós,
com aprovação de todos os integrantes da Casa presentes no momento, que
aprovaram aquela proposição que mourejava aqui desde 2012. O Ver. Janta propôs
esta emenda à Lei Orgânica do Município
em julho de 2013. Então, estamos na iminência de festejar o terceiro
aniversário de tramitação da matéria aqui na Casa. E o que ela propõe? Algo que
alguém poderia dizer: “Ah, mas isso é óbvio. Todos os governos têm compromisso
com a educação integral”. Pelo menos, no discurso dizem isso.
Só
que, Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, há alguns assuntos que
nós temos que colocar definitivamente na lei para não serem tão somente
discurso e passem a ser também prática dos governos. Educação em tempo
integral, que o grande líder do Partido Democrático Trabalhista Leonel Brizola
tanto defendia, que nasceu com Darcy Ribeiro, teve, do partido que ajudei a
constituir neste País - o Partido da Frente Liberal -, a inclusão no nosso
dispositivo programático desse compromisso. E um dos nossos mais destacados integrantes,
o ex-ministro Alceni Guerra, homem notabilizado no País porque injustiçado pela
mídia nacional, por seis anos lutou e viu reconhecida nos tribunais superiores
deste País a sua honestidade, de ex-Ministro da Saúde, quando retornou à vida
pública e voltou a ser Prefeito da cidade de Pato Branco, no Paraná, cumpriu
essa disposição no programa do nosso partido. E, até hoje, todas as escolas do
Município de Pato Branco estão em regime de tempo integral. E os efeitos
naquela sociedade, naquela comuna, naquele Município não tardaram a ocorrer: a
cidade teve a sua participação no PIB paranaense aumentada em vários
percentuais, e, mais do que isso, viu adicionada na sua cota de retorno no ICM
estadual expressiva majoração de aproximadamente 70% no percentual que
destinava recursos para o Município. Uma prova de que a iniciativa de assegurar
a melhoria do posicionamento social de toda uma infância, através de educação
em tempo integral, produz efeito não só na criança, mas também na própria
família, que se vê feliz em ver o filho melhor educado, que se vê feliz em ver
o filho diariamente atendido pela rede escolar e pode, com isso, produzir
economicamente de tal sorte que os reflexos não custam e nem tardam a surgir.
Por isso, Sr. Presidente, e reafirmando o conceito que eu venho dizendo aqui na
Casa, em matérias como esta, que tem a recomendação de todas as Comissões, não
há nenhum voto discordante. Todos firmaram posição favorável à inclusão na Lei
Orgânica desse dispositivo que diz que progressivamente têm que ser preparadas
as escolas para irem assumindo essa situação, não poderia tardar tanto para ser
aprovada. Tinham que ser até motivo de regozijo...
(Som
cortado automaticamente por limitação de tempo.)
(Presidente
concede tempo para o término do pronunciamento.)
O SR. REGINALDO
PUJOL: ...regozijo para
toda a Casa poder apresentar, como decorrência do resultado de um exame célere,
eficaz, eficiente, positivo e ter há mais tempo aprovada essa proposição. Vamos
hoje, desde logo, reafirmar o que dissemos com relação à proposição do Ver.
Villela, tem apoio de todos, merece aprovação. Este deverá ser outro dia em que
temos que estar atentos para que os 24 votos não faltem na proposição do Ver.
Clàudio Janta e nós possamos ver aprovada agora com a celeridade que não
ocorreu no passado. Era isso, Sr. Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra
para discutir, em 2ª Sessão, o PELO nº 006/13.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, quero me referir à
iniciativa do Ver. Clàudio Janta, já que na Sessão de segunda-feira o Vereador
não pôde nos escutar, e gostaria de dizer que a previsão progressiva do turno
integral é tornar lei o que já está se realizando. Isso pode fortalecer a nossa
luta para garantia de recursos financeiros e orçamentários para ampliação do
tempo escolar com qualidade. Vou dedicar esta minha fala de forma repetitiva e
cansativa, talvez, ao conjunto de escolas que já atende em turno integral em
Porto Alegre o conjunto das crianças. São todas as 240 creches comunitárias
conveniadas, mais as 40 escolas infantis próprias do Município de Porto Alegre,
mais, talvez, a Escola Neusa Goulart Brizola, na Cavalhada, que atende a todas
as crianças em turno integral. Ora, até agora nós só podemos fazer esse
atendimento de turno integral de 18 mil crianças através de convênios, de
instituições comunitárias, como associações de moradores, clubes de mães,
igrejas, que se organizam e atendem às crianças o dia inteiro. São 6 refeições,
e cumprem uma função fundamental na proteção da infância, no desenvolvimento
integral e na garantia de vagas, obrigatória na educação infantil, que é aos 4
e 5 anos. Portanto, são estratégias fundamentais para a cidade de Porto Alegre
e para a educação integral. Nós tivemos o funcionamento do Concreches no ano
passado, durante o ano todo, e esperava que já estivéssemos com essa comissão
especial em funcionamento neste ano. Mas de nada adianta uma comissão especial
se o resultado dela, que são as emendas ao orçamento, não são cumpridas pelo
Governo Municipal. No ano passado, a Emenda Popular nº 9, aprovada por esta
Casa, colocou, no orçamento de 2015, R$ 2 milhões e meio para se acrescentar ao
Convênio Creche Comunitária. O Município de Porto Alegre não desembolsou esse
recurso, ao contrário, gastou com os cargos melhor abonados da Prefeitura de
Porto Alegre: R$ 17 milhões para os procuradores; R$ 14 milhões os para fiscais
da Fazenda, e não conseguiu destinar R$ 2,5 milhões para as creches
comunitárias que atendem em turno integral, de forma deficitária, pagando mal
os educadores, pagando no máximo mil reais para um professor, para uma
professora que atende o dia inteiro crianças de zero a 6 anos. Isso é
escandaloso. A sua proposta vem fortalecer o conjunto de atendimento à educação
integral e para ampliá-la precisamos da conta junto com a qualidade. Não dá
para pagar mal aos educadores, não dá para os pais continuarem pagando,
contribuindo, a SMED dizendo que não é obrigatório, e a creche “matando
cachorro a grito”, como se diz, a cada dia, resolvendo um problemão: é problema
de energia elétrica, de água, de IPTU, de demissões de funcionários, porque
ganham mal e aí tem uma rotatividade muito grande, e aí os custos das demissões
ficam com as instituições comunitárias. Eu acho que esta Casa, no seu conjunto
de Partidos, assumiu esta pauta das creches comunitárias no ano passado, só que
tem que cobrar os R$ 2 milhões do ano passado, os R$ 2,5 milhões desta nova
emenda deste ano, pois estamos em maio e não temos notícia do desembolso, e nós
continuamos fazendo educação integral deficitária, terceirizada, de uma forma
desrespeitosa com a sociedade civil organizada, que realiza este trabalho com
capricho, com vigor, com dedicação, com abnegação, com muitas horas de trabalho
gratuito dos dirigentes para que as crianças não deixem de ser atendidas. Essa
emenda à Lei Orgânica tem o nosso apoio para fortalecer a ampliação do turno
integral, mas com ampliação de recursos, para que estas crianças sejam bem
atendidas.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Clàudio Janta está com a palavra
para discutir, em 2ª Sessão, o PELO nº 006/13.
O SR. CLÀUDIO JANTA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras.
Vereadoras, por muito a gente vê os colegas, deputados estaduais, federais,
senadores, candidatos à presidência da República, a governadores, prefeitos,
todo o mundo político, todas as pessoas falarem que educação é a saída para uma
nação. Temos convicção disso porque vermos vários povos crescerem investindo em
educação, temos convicção de que a educação é o que salva uma nação, é o que
pode salvar uma nação. Temos convicção de que a educação em tempo integral pode
salvar os filhos dos trabalhadores, pode salvar as crianças da cidade de Porto
Alegre do narcotráfico, da criminalidade, do abandono, pode tirar essas
crianças perdidas nas ruas, abandonadas nas ruas. O nosso projeto, ele fala
muito bem, que é um provimento de meios para que a Prefeitura de
Porto Alegre, progressivamente, adote a escola de tempo integral, não é turno,
é escola de tempo integral, que foi adotada pelo Governo do Estado do Rio
Grande do Sul, que ontem anunciou um salto de 9.900 vagas para 24 mil vagas de
tempo integral no Estado do Rio Grande do Sul. Nós temos convicção de que é um
passo muito importante para o Estado, daí que a Prefeitura de Porto Alegre tem
condições -, Ver.ª Sofia, Ver. Adeli Sell, Ver. Mauro Zacher, Ver. Mauro
Pinheiro, Ver. Kevin Krieger, Líder do Governo -, de dar. A Prefeitura de
Porto Alegre investiu, em 2013, R$ 4.100 milhões em bolsas de graduação, que
não é seu papel! Não é seu papel. Isso poderia ser investido na escola de tempo
integral. A Prefeitura
investiu, em 2014, R$ 4.900 milhões em bolsas de graduação. Não é o seu papel,
constitucionalmente o papel da Prefeitura é investir na educação de base e,
principalmente, nessa educação que vai até o nono ano. Esse é o papel da
Prefeitura. E nós queremos que essa educação seja feita dentro da escola; nós
queremos que essa educação tire as crianças da rua; nós queremos que essa
educação seja feita com uma escola de tempo integral gradativamente. E a
Prefeitura de Porto Alegre tem condições financeiras, tem profissionais
capazes, tem escolas prontas para fazer isso. Porque, no ano passado, a
Prefeitura de Porto Alegre investiu R$ 9.500 milhões em pós-graduação, em
bolsas no terceiro ano. Isso são dados que estão no Portal da Prefeitura, e
esse dinheiro tem que ser
investido na educação que cabe à Prefeitura fazer. Por isso que o nosso
projeto, que propõe a escola de tempo integral, visa a uma escola que vai criar
cidadãos. Uma escola que vai preparar e qualificar o futuro de Porto Alegre. Um
povo educado é um povo que nós não vamos precisar estar investindo para a
cidadania, nós não vamos precisar estar investindo para a educação no trânsito,
para a educação ambiental, para uma série de projetos que a gente discute e
debate nesta Câmara de Vereadores. Essas crianças vão estar integralmente
dentro de uma escola, vão estar integralmente afastadas do crime, integralmente
afastadas da violência, integralmente aprendendo, tendo o conhecimento, tendo o
aprendizado, tendo a convivência, num projeto que...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Presidente concede tempo para o término do
pronunciamento.)
O SR. CLÀUDIO JANTA: ...há muito
tempo, tem sido o exemplo em vários países do mundo. Eu acho que a nossa
Capital, a capital da participação popular, a capital que tem sido um exemplo
em outras questões para o mundo, ela tem que ser o exemplo na área de educação.
Por isso nós pedimos aos Pares que leiam o nosso projeto e que aprovem o nosso
projeto para escolas de tempo integral na cidade de Porto Alegre, como vem
adotando o Estado do Rio Grande do Sul, como é um sonho de todos os
trabalhadores, como é um sonho de todo o trabalhismo, como é um sonho de todas
as pessoas, que seus filhos fiquem guardados dentro de uma escola, não fiquem
guardados à mercê do mundo e que, depois, no futuro, não fiquem guardados atrás
de uma grade. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Engº Comassetto está com a palavra para discutir, em
2ª Sessão, o PELO nº 006/13.
O SR. ENGº COMASSETTO: Sr. Presidente, meus colegas Vereadores,
senhoras e senhores que nos dão o prazer de assistir este debate e os nossos
visitantes aqui presentes; o projeto do Ver. Clàudio Janta propõe uma mudança
na Lei Orgânica do Município, portanto é na nossa Constituição. E, no momento
em que nós aprovarmos, Ver. Adeli, Constituição é Constituição, Constituição
tem que se respeitar, não se mexe. Eu vim aqui para dizer novamente o que falei
na reunião passada: o projeto tem o nosso apoio, porque o turno integral é uma
luta, é uma busca de todos nós. Nós queremos que as famílias tenham a
tranquilidade de que as crianças irão para escola pela manhã, de que receberão
alimentação e de que terão, além da sua formação acadêmica, vamos dizer assim,
a sua formação lúdica, e esses processos são possíveis. O que o nobre colega
propõe é dispor sobre o provimento de meios para que as escolas municipais,
progressivamente, funcionem em turno integral, através de emenda à Lei
Orgânica. Nós precisamos dizer de onde vamos trazer ou tirar os recursos. Eu
quero registrar que Porto Alegre está construindo, neste momento, 33 escolas
infantis por um programa desenvolvido pela Presidenta Dilma, que hoje está
sofrendo um golpe, e que nenhum outro presidente ou presidenta, até hoje, na
República brasileira, apontou para um projeto de educação infantil. Eu quero
registrar aqui também, para dialogar com o Ver. Clàudio Janta, já que aqui
temos divergências, que, no projeto do Pré-Sal, um projeto da República
brasileira conduzido pelo ex-Presidente Lula e pela Presidenta Dilma, houve
mudanças, recentemente, na sua destinação, com o apoio do Solidariedade. O que
diz o projeto original? Que 75% dos lucros do Pré-Sal devem ser destinados para
a educação. Portanto, prezado Ver. Clàudio Janta, se nós queremos o dinheiro
para a educação, nós temos que dizer de onde sai, e aqui não pode ter dúvidas,
porque é o patrimônio do povo brasileiro, e nós temos que defendê-lo, para que
o recurso para a educação chegue aqui nas nossas comunidades! Todo o potencial
dos recursos do Pré-Sal, na proposta original, encaminhada e aprovada
originalmente, 75% dos seus recursos vão para a educação e 25% para a saúde,
que é outro tema aqui muito discutido.
Agora,
os Vereadores e Vereadoras que mais defendem aqui recursos para a saúde, bem
como o nosso colega Ver. Clàudio Janta, que apresenta essa proposta que tem
nosso apoio, lá no Congresso Nacional defenderam o contrário ao projeto da
partilha do Pré-Sal, inclusive agora, como há poucos dias, quando foi feita uma
campanha para tentar atingir a Presidente Dilma por conta de uma disputa
política e não por conta de um projeto nacional.
Então,
Ver. Janta, eu venho aqui fraternalmente fazer esse debate, porque nós
precisamos aprofundar, fazer esse debate aqui no sentido de garantir os
recursos do Pré-Sal e também trabalharmos a agenda municipal para sabermos de
onde saem os recursos das agendas municipais destinados à educação.
Sr.
Presidente, quero dizer aqui que, neste momento, na educação infantil, há uma
disparidade imensa entre as 242 escolas infantis conveniadas e aquelas que são
originárias do Poder Público municipal. As creches conveniadas recebem por
criança atendida, que é turno integral na sua grande maioria, R$ 3 mil, e as
creches que são geridas pela Prefeitura gastam R$ 8 mil por mês por criança.
Quem é que subsidia isso? Quem subsidia são as comunidades e os pais dessas
comunidades, que são comunidades carentes, Ver. Tarciso Flecha Negra. Então
esse debate que o senhor traz nós temos que discutir também na agenda
municipal. Agora vai chegar o Orçamento e vamos poder discutir. Um grande
abraço. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Mauro Pinheiro está com a palavra
para discutir, em 2ª Sessão, o PELO nº 006/13.
O SR. MAURO PINHEIRO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras.
Vereadoras; público que nos assiste pelo canal 16; público das galerias, esta é
uma pauta, Ver. Clàudio Janta, que nós temos que debater, e, mais do que
debater, temos de concluir votando favoravelmente, porque nós sabemos da
importância do turno integral, principalmente para esses jovens, tanto da
Educação Infantil quanto do Ensino Fundamental – é o início do aluno, aos 8, 9,
10, 11 ou 12 anos é hora da sua formação –, e da importância de nós termos esse
cuidado com os jovens. O custo que se tem, na verdade, é um grande investimento
na educação desse jovem, porque, ficando em turno integral dentro da escola,
nós estamos tirando da rua esse menino, que, além do ensino do aprendizado, no
turno inverso, ele vai conseguir praticar esportes, vai melhorar a sua
educação. Com isso, nós vamos conseguir economizar lá na frente: nos presídios,
porque não vamos ter necessidade; na própria FEBEM, porque estaremos investindo
na formação e tirando esses jovens das ruas.
Eu
tinha uma preocupação – falei a respeito na 1ª Sessão de discussão desse
projeto – quanto aos recursos. Agora, vi V. Exa., Ver. Clàudio Janta, dizer que
o Município investe R$ 8 milhões na graduação com um convênio... Até quero
prestar atenção nesse convênio, quero saber como é feito, Ver.ª Sofia, quem são
as pessoas que estão usufruindo desse convênio, um convênio que nós não temos
exatamente o conhecimento, espero até que nós tenhamos mais informações a
respeito desses convênios e da forma como é feita a distribuição dessas bolsas.
Eu gostaria que viesse alguém aqui da base do Governo explicar como são
investidos esses recursos, porque a função principal do Município não é a
graduação. Se sobrar dinheiro para fazer investimentos em graduação, muito bem,
mas nós sabemos que a realidade do Município não é essa, não tem dinheiro
sobrando, tem faltando.
As
escolas de Educação Infantil têm um problema sério no Município de Porto
Alegre. As escolas de Educação Infantil e de Ensino Fundamental são obrigações
do Município, e nós, que estamos sempre trabalhando junto com as comunidades,
sabemos do trabalho que é prestado para a cidade de Porto Alegre através das
escolas conveniadas, Ver. Adeli Sell, e das dificuldades pelas quais essas
instituições passam para conseguirem manter essas escolas infantis. Portanto,
se tem um recurso sobrando no Município para investir numa função que não é
obrigação do Município, é porque teria que ter dinheiro sobrando para investir
naquilo que é obrigação do Município: escolas de Educação Infantil e Ensino
Fundamental. A gente sabe, Ver. Tarciso, que é um Vereador que está sempre na
base, das dificuldades das escolas infantis, que têm que fazer festas juninas,
rifas, para poder buscar recursos para se manterem. E são mais de 200 escolas
infantis que temos no nosso Município, a grande maioria na periferia, e que
passam por imensas dificuldades, pagando salários muito baixos para suas
educadoras.
Então,
se nós temos esse recurso, vamos melhorar esse repasse para as escolas
infantis, porque eu acho que será muito mais bem aplicado, e terá muito mais
produtividade no município de Porto Alegre, para as escolas infantis e o ensino
fundamental que é obrigação do Município. E nós sabemos que o repasse,
principalmente, das escolas infantis que hoje fazem um trabalho que seria quase
uma terceirização do Município, porque é o Município quem tem a obrigação de
fazer, e faz o convênio com a escola infantil, passa o valor que não é
suficiente para manter essa escola, e as instituições, dentro da comunidade,
têm que se virar para buscar recurso, porque quando estraga algo, ou tem que fazer
alguma reforma na escola, esses recursos que vêm dos convênios muitas vezes
eles são carimbados e a pessoa não pode usar naquilo que quer. Então, cria uma
imensa dificuldade para as escolas infantis, e nós sabemos o quanto eles têm
que se virar para conseguir recursos para fazer minimamente o trabalho, que é
função do Município.
Portanto,
nós temos sim que aprovar esse projeto do Ver. Clàudio Janta, pode contar com o
nosso apoio e esperamos que o Governo venha explicar como está sendo gasto o
dinheiro na graduação. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio
Trogildo):
Cumprida a discussão, em 2ª
Sessão, do PELO nº 006/13. Convido os Vereadores para uma reunião de
Líderes. (Pausa.) Estão suspensos os trabalhos.
(Suspendem-se os trabalhos às 16h15min.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio
Trogildo – às 16h30min): Estão reabertos
os trabalhos.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 1323/13 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 124/13, de autoria do Ver. Clàudio Janta, que
altera o inc. III e inclui parágrafo único no art. 7º, e inclui §§ 3º, 4º e 5º
no art. 34 da Lei nº 8.133, de 12 de janeiro de 1998 – que dispõe sobre o
Sistema de Transporte e Circulação no Município de Porto Alegre, em especial,
ao Código de Trânsito Brasileiro e dá outras providências –, alterada pela Lei
nº 8.323, de 7 de julho de 1999, dispondo sobre a responsabilidade do Conselho
Municipal de Transportes Urbanos – COMTU – e sobre a capacitação da tripulação
do transporte coletivo. Com Emenda nº
01.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Reginaldo Pujol: pela existência de óbice de
natureza jurídica para a tramitação do Projeto e da Emenda nº 01;
-
da CEFOR. Relator Ver. Bernardino Vendruscolo: pela aprovação do Projeto
e pela rejeição da Emenda nº 01;
-
da CUTHAB. Relator Ver. Cassio Trogildo: pela rejeição do Projeto e da
Emenda nº 01;
-
da CEDECONDH. Relatora Verª Fernanda Melchionna: pela aprovação do
Projeto e da Emenda nº 01.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia em 10-02-16.
O SR. PRESIDENTE (Ver.
Cassio Trogildo): Em discussão o
PLL nº 124/13. (Pausa.)
O
SR. KEVIN KRIEGER (Requerimento): Sr. Presidente, solicito verificação de
quórum.
O SR. PRESIDENTE (Ver. Cassio Trogildo): Solicito abertura do painel eletrônico
para verificação de quórum, solicitada pelo Ver. Kevin Krieger (Pausa.) (Após o
fechamento do painel eletrônico.) Quatorze
Vereadores presentes. Não há quórum.
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo – às 16h34min): Encerrada a Ordem do Dia.
Passamos à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC.
Nº 2690/15 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 257/15, de autoria do Ver. Alberto Terres, que
cria o Programa de Educação Permanente, Aperfeiçoamento e Formação dos
Profissionais da Área da Saúde acerca da Doença Falciforme.
2ª SESSÃO
PROC.
Nº 2074/15 – PROJETO DE LEI LEGISLATIVO Nº 209/15, de autoria do Ver. Clàudio Janta, que
institui o programa Escola em Cena.
PROC.
Nº 0506/16 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 041/16, de autoria do Ver. Márcio Bins Ely, que
declara de utilidade pública a Casa da Amizade das Senhoras dos Rotarianos de
Porto Alegre.
PROC.
Nº 0629/16 – PROJETO DE LEI LEGISLATIVO Nº 054/16, de autoria do Ver. João Bosco Vaz, que
obriga os promotores de competições esportivas a conceder desconto de 50%
(cinquenta por cento) sobre o valor da inscrição a atletas idosos e a
para-atletas.
PROC.
Nº 0740/16 – PROJETO DE LEI LEGISLATIVO Nº 065/16, de autoria do Ver. Rodrigo Maroni, que
estabelece a publicação, no site da
Secretaria Especial dos Direitos Animais (SEDA), de fotos de pessoas que
matarem ou estuprarem animais no Município de Porto Alegre.
PROC.
Nº 2514/13 – PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 008/16, de autoria do Ver. Idenir Cecchim, que
altera e renomeia para § 4º o parágrafo único e inclui §§1º, 2º e 3º no art. 19
da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre, estabelecendo isonomia entre a
remuneração dos cargos em comissão da Administração Direta e da Administração
Indireta.
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver.
Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs.
Vereadores, hoje, em 2ª Sessão, no período de Pauta, nós temos exatamente cinco
projetos: um de autoria do Ver. Clàudio Janta, que institui o programa Escola
em Cena; outro do Ver. Márcio Bins Ely, que declara de utilidade pública a Casa
de Amizade das Senhoras dos Rotarianos de Porto Alegre; um terceiro, de autoria
do Ver. João Bosco Vaz, que obriga os promotores de competições esportivas a
conceder desconto de 50% sobre o valor da inscrição a atletas idosos e
para-atletas; quarto, um processo de autoria do Ver. Rodrigo Maroni, que
estabelece a publicação no site da Secretaria
Especial dos Direitos Animais – SEDA, de fotos de pessoas que matam ou estupram
animais no Município de Porto Alegre. E, por derradeiro, do Ver. Idenir
Cecchim, que altera e renomeia para § 4º o parágrafo único e inclui §§1º, 2º e
3º no art. 19 da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre, estabelecendo
isonomia entre a remuneração dos cargos em comissão da Administração Direta e
da Administração Indireta. Todos esses projetos, Sr. Presidente, são
relevantes. Um deles, o do Ver. Marcio Bins Ely, já tive oportunidade de saudar
quando da Sessão anterior, em que apoiei entusiasticamente pois reconhece a
relevância da Casa da Amizade, mantida pela senhoras dos Rotarianos. O projeto
do Ver. João Bosco Vaz, fico com alguma dificuldade sobre ele me manifestar
para não parecer que eu estou laborando em causa própria, quando ele que obriga
os promotores de competições esportivas a conceder desconto de 50% (cinquenta
por cento) sobre o valor da inscrição a atletas idosos e a para-atletas. Eu
disse da minha dificuldade, para não dizer que estou laborando em causa
própria, Sr. Presidente. Mas acho que seria, efetivamente, um estímulo para que
as pessoas de mais idade participassem dessas competições e até - Ver. João
Bosco, V. Exa. que é extremamente ligado ao setor - ocorressem especialmente
nas rústicas, uma alternativa que junto com os vários quilômetros ou metros que
têm que ser percorridos, uma possibilidade, que aproveitei ultimamente e tenho
aproveitado, que é a caminhada. Além da corrida, também a caminhada – hábitos
mais saudáveis. Eu, aliás, tenho ocupado bem e atendido bem essa recomendação
médica já que nunca fui atleta, e isso eu sei fazer: caminhar é para frente! E
tenho acompanhado essas competições participando desses fatos; correr nem
pensar, aliás, seria uma imprudência minha, eu tenho marca-passo, isso seria
totalmente desagradável. Então eu tenho que ir, passo a passo com meu
marca-passo.
Mas,
entre a relevância de todos os projetos, certamente o que há de merecer uma
atenção maior da Casa pela sua profundidade é o do Ver. Idenir Cecchim, que
fala em isonomia dos cargos em comissão, da sua remuneração, evidentemente
vinculando à Administração Direta e Administração Indireta. Vamos olhar bem
esse projeto, ver qual é o conceito de Administração Direta e Indireta
introduzidos. O Município de Porto Alegre tem algumas autarquias que são
Administração Direta – DMAE, DEMHAB, DMLU, Previmpa – e algumas empresas que
não consideradas Administração Direta. Então vamos olhar esse projeto com muita
cautela, porque é de profundidade e vai merecer, da nossa parte, toda atenção e
todo exame que o autor merece que seja feito num projeto dessa natureza. Era
isso, Sr. Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs.
Vereadores, quero agradecer à Ver.ª Sofia, à Ver.ª Fernanda e ao Ver. Alex por
este tempo de oposição. Ontem, na Assembleia Legislativa do Estado do Rio
Grande do Sul, houve uma votação dos Srs. Deputados e Sras. Deputadas que
autorizou o retorno dos pedágios. Autorizou quem? Autorizou o Governo. Não se
trata de discutir o modelo de pedagiamento propriamente dito, porque há modelos
e modelos, Ver.ª Sofia Cavedon. Nós temos um modelo tradicional de concessão de
pedágios de estradas normalmente por 25 anos, com estradas novas feitas pela
iniciativa privada. No caso do Rio Grande do Sul tudo começou mal, porque as estradas
foram consertadas, arrumadas... Enquanto poderíamos ter, desde o início...
Quando falo: “nós”, refiro-me ao Estado, fazendo aqui uma apreciação
republicana, porque os nossos partidos políticos, de uma forma ou de outra,
passaram pelo Governo do Estado. Tenho orgulho de dizer que durante a gestão do
Governador Tarso Genro nós resolvermos o dramático problema do pedágio de
Farroupilha. Se quisermos fazer pedágio urbano, temos que dizer o que faremos
para cobrar, como fazem várias cidades do mundo, mas não era o caso; era um
pequeno trecho de rodovia que estava na confluência de várias avenidas e que
levava para o interior da cidade de Caxias do Sul, Farroupilha, Bento,
Garibaldi – regiões da macrorregião. Nós resolvemos a questão, retiramos esse
pedágio que trazia gravíssimos problemas para aqueles Municípios e para
economia da região. Este Governo que tanto fala da economia, que tem que
desenvolver, tem que pensar na possibilidade da circulação, é verdade; no
entanto, não se pode aceitar um cheque em branco. Essa foi a questão, tanto é
que vários Deputados votaram contra, inclusive alguns não votaram. Claro que
tem aqueles que, sendo Governo, votam favoravelmente. Nós aqui estamos chamando
a atenção para essas questões, para irresponsabilidade de projetos de lei que
deixam em aberto um conjunto de questões. Aqui nesta Casa tivemos um grande
debate sobre o Cais Mauá! Houve um momento em que inclusive tivemos diferenças
de opinião entre nós, oposição nesta Casa, até na Bancada do meu partido. No
entanto, o que a gente vê é que as pessoas vão de forma voraz, Ver. Engº
Comassetto, para cima do Estado. Quando o Estado lhes interessa, são sempre
afim com Estado, quando o Estado começa a cobrar, quando o Estado começa a
mostrar seu verdadeiro papel de gestor público, essas pessoas clamam pelo
Estado mínimo. Nós queremos o Estado equilibrado, um Estado com leis claras,
com base, fundamentalmente, nos princípios constitucionais. O que nós estamos
vendo aqui é, mais uma vez, o Estado do Rio Grande do Sul, através do Governo
Sartori, se desobrigar de qualquer fiscalização maior, se desobrigar de ter que
prestar contas porque não voltará ao debate das concessões à Assembleia
Legislativa do Estado. Essas são as questões! Nós queremos, sim, em alguns
lugares, estradas novas com pedágios que sejam controlados, como são os casos
em algumas rodovias, com a reestruturação da Empresa Gaúcha de Rodovias feita
também na gestão do Governador Tarso Genro.
Concluo dessa maneira, meus caros Vereadores,
fazendo esses questionamentos sem ser daquela posição “se é Governo sou contra”
ou “se estou no Governo sou chapa branca”, mas colocando os pingos nos is,
dizendo como nós temos que tratar a coisa pública. Dessa maneira, não acho que
foi correto e, por isso, nós nos opomos à forma como o Governo levou esse
projeto à Assembleia, fazendo aprovar uma lei que é, na verdade, um cheque em
branco. Isso tem acontecido aqui, na municipalidade, tem acontecido em nível
estadual e, muitas vezes, se não fosse a legislação federal que coibi as
medidas provisórias sobre certos assuntos, também teria sido feito outras
barbaridades em nível federal. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para
discutir a Pauta.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Vereador-Presidente,
senhores e senhoras, eu não queria deixar passar em branco a primeira discussão
em Pauta da iniciativa do suplente de Vereador, Alberto Terres, que é um
militante da saúde, é do Conselho Municipal de Saúde, do Sindicato dos
Trabalhadores do Município de Porto Alegre, dos postos de saúde, é um negro e é
suplente da Bancada do PT nesta legislatura, Ver. Engº Comassetto. Ele propôs o
Programa de Educação Permanente, Aperfeiçoamento e Formação dos Profissionais
da Área da Saúde acerca da Doença Falciforme. Essa é a prova, ele assumiu o mandato com a Ver.ª Pérola
Sampaio, com o Ver. Antonio Matos, Ver. Eder Carteiro, Vereadores negros, nossos, que ficaram
suplentes e que puderam ter a alegria de votar o feriado de 20 de Novembro para
a Capital dos gaúchos e construir isso com o Movimento Negro Unificado a partir
da iniciativa do Ver. Delegado Cleiton. Acho que, para eles, foi uma emoção, e,
para esta Casa, foi um marco sensacional. Eu, como Vereadora titular, não
participei dessa votação; por um lado, lamento não estar nesse momento, mas,
por outro, vibro pelo protagonismo dos Vereadores e Vereadora, negros e negra,
que puderam, neste plenário, apresentar iniciativas de projetos de lei. Já
temos tramitando um da Ver.ª Pérola Sampaio; já temos um da Ver.ª Ariane. E o
Ver. Terres, Suplente de Vereador, estreia com esse projeto de lei, que tem um
olhar para uma doença, que atinge os negros e negras e que, muitas vezes, está
invizibilizado, pois não há formação ou capacitação para enfermeiros, médicos,
equipes próprias, agentes comunitários de saúde identificarem essa doença,
atuarem de forma preventiva ou imediatamente e saberem que tipo de tratamento,
que tipo de intervenção se faz necessário. Eu quero, então, aqui dizer que,
para nós, esse projeto de lei é uma prova de que o protagonismo das minorias é
necessário, é urgente em todos os espaços políticos e na produção do
conhecimento, porque nós não substituiremos a luta de quem foi marginalizado,
foi criminalizado, de quem é desvalorizado pelo dito saber validado pela
sociedade que, infelizmente ainda é masculina e é branca majoritariamente
nesses espaços. A Presidente Dilma sancionou, nesta semana, a ampliação, a
extensão, das cotas raciais aos programas de pós-graduação. Ora, o que
significa isso? Significa que o Brasil dá passos importantes na reparação
histórica da escravização desse povo por três séculos. Um povo a quem foi
negado o acesso à cultura, à educação, ao ir e vir, à produção de conhecimento,
ao trabalho remunerado, à iniciativa, à propriedade de terras, e, portanto, além
do simbólico, da desvalorização racial, muito difícil galgar esses espaços. As
quotas raciais no Brasil começam uma mudança importante na estratificação
social, que é estabelecida a partir desta segregação violenta que este País
produziu e que segue simbolicamente acontecendo na escolha do emprego, na
definição da escola pública e privada, nos currículos escolares, enfim, nos
padrões de beleza, nos papéis que cumprem os negros e negras em todos os
espaços, principalmente nos meios de comunicação.
Então,
nós somos defensores das quotas para graduação nas universidades, que chegam a
50% para escola pública e para as quotas raciais, e agora nós chegamos à
pós-graduação, Ver. Adeli Sell – temos que celebrar. Os resultados estão aqui
na Câmara a ver. Muito obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Márcio Bins Ely está com a palavra
para discutir a Pauta.
O SR. MÁRCIO BINS ELY: Sr. Presidente, Ver. Cassio Trogildo, na
pessoa de V. Exa. cumprimento os demais Vereadores e Vereadoras, público que
nos assiste das galerias, na TVCâmara, senhoras e senhores. Na realidade é a
segunda vez, nesta semana, que venho à tribuna fazer um apelo aos Vereadores
que nos auxiliem a declarar de utilidade pública a Casa da Amizade das Senhoras
dos Rotarianos de Porto Alegre. Eu já conversei um pouco a respeito da
filosofia do Rotary – dar de si antes de pensar em si –, e a Casa da Amizade
reúne iniciativa das mulheres dos rotarianos, portanto fomos procurados pelo
Tirone, ex-Governador do Rotary, que nos pediu um apoio. Entendemos necessário,
oportuno e importante que possamos dar esse reconhecimento, até porque a gente
sabe que
a Declaração de Utilidade Pública implica em várias situações que podem
permitir patrocínios, incentivos, iniciativas, tarifa de água social, enfim,
daí para fora, há uma série de outras situações de que a Casa da Amizade
carece, e tem o nosso reconhecimento, pois há muitos anos vem desenvolvendo na
área comunitária um trabalho importante. E nós queremos proporcionar esse
reconhecimento da Cidade à instituição. E quero falar um pouquinho a respeito
da iniciativa do meu colega de Bancada, Ver. João Bosco Vaz, que diz respeito à
concessão de desconto sobre o valor nas promoções a atletas idosos e atletas.
Quero cumprimentá-lo, Vereador, por essa iniciativa, eu acho que um incentivo
ao esporte é muito relevante, o nosso Governo tem esse compromisso com as
pessoas portadoras de deficiência. Isso ficou comprovado lá atrás ainda, quando
o prefeito era o Fogaça – agora o Fortunati. E a nossa administração,
inclusive, para materializar o compromisso com a política pública para as
pessoas portadoras de deficiência, criou a Secretaria da Acessibilidade. E
quero dizer que é fundamental que possamos colocar na agenda positiva da Cidade
esse compromisso, bem como reiterá-lo. E todas as iniciativas nesse sentido têm
e terão o nosso apoio. Tive a oportunidade de, em 2006, numa parceria com o
Ver. João Bosco Vaz, nosso então Secretário de Esportes na época, assumi aquela
Secretaria dentro de um contexto, o que foi muito importante, relevante na
minha trajetória política. E acho que essas iniciativas devem ser também
reiteradas por nós aqui. E o idoso também, aquela pessoa que se dispõe a fazer
um esporte, um exercício físico, acordar cedo, andar de peito estufado, a
cabeça erguida, com brilho no olho. Eu acho que o esporte agrega um valor de
autoestima para as pessoas, saúde, bem-estar. Então, nós também iremos
proporcionarmos competitividade a essa inscrição para o idoso. Tu te lembras do
Madruga, Bosco, que ia lá de vez em quando pedir uns tênis para correr
maratona? Então fica aqui o exemplo de uma pessoa idosa, com 80 anos, que
corria maratona. Então, Ver. Maroni, acho que a gente também quer aqui fazer
esse registro com relação a essa situação da iniciativa do Ver. João Bosco Vaz.
Para concluir, aproveitando aqui meus cinco minutos, quero agradecer ao Ver.
Idenir Cecchim que, ontem, me auxiliou na homenagem para o Profº Fontoura. O
Ver. Cecchim presidiu a homenagem e também tem uma iniciativa estabelecendo
isonomia de remuneração
entre os Cargos em Comissão da Administração Direta e Indireta. Acho que as
pessoas que têm a mesma atribuição e mesmas responsabilidades... Não é porque
às vezes estão lotados na Fazenda, na Procuradoria, na Saúde que devem ganhar
mais ou menos do que os outros, porque a responsabilidade e a excelência na
prestação de serviços ao público deve ter isonomia quanto aos vencimentos e da
percepção salarial. Quero também cumprimentar o Ver. Idenir Cecchim, que é o
Líder da Bancada do PMDB, por esta iniciativa e quero dizer que vou estar
acompanhando V. Exa. aqui, com esse projeto, que eu acho que é um projeto...
Não é só por ser um projeto, mas pela mensagem que transmite, de que as pessoas
são iguais e que, se as tarefas são as mesmas, tem de haver isonomia. Agradeço
pela extensão de tempo para a conclusão, Sr. Presidente, e também pela atenção
de todos. Muito obrigado, boa tarde.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Rodrigo Maroni está com a palavra
para discutir a Pauta.
O SR. RODRIGO MARONI: Caros colegas Vereadores e Vereadoras,
colegas que nos assistem da Câmara Municipal, fundamentalmente a sociedade que
acompanha nosso trabalho pela TVCâmara, que eu acho de extrema importância, que
acompanha a tramitação deste projeto em pauta. Eu, com o maior orgulho do
mundo, apresento esta proposta aqui, por ter vivido e ter comentado diversas
vezes essas situações e acho que o desfecho, lamentavelmente, sempre foi o
mesmo. A gente já viu uma exceção, que comentei hoje no início aqui, mas quero
dizer que desconheço um indivíduo que tenha assassinado ou tenha estuprado um
animal e tenha ido para a cadeia. Inclusive, faço um desafio às pessoas que
estão ouvindo aqui, espero que meus colegas não me ridicularizem quando o
projeto entrar em pauta, inclusive quero ver quem vai votar a favor ou contra.
Fico feliz aqui com o meu parceiro prestando atenção, porque este projeto que
apresento é um projeto mínimo, na real, dentro da realidade que se tem. A legislação
dos animais, para vocês terem uma ideia, é inexistente. Se pegar a Constituição
do País, se pegar as leis, é inexistente. Não há nada. Nós chegamos em
2016 sem absolutamente nada. Hoje se tu vires um animal ser assassinado ou
estuprado, como eu vi, nada acontece. Não há um exemplo sequer a dizer que
ocorreu alguma coisa efetiva com alguém que fez isso. E eu apresento esse
projeto como um paliativo, porque, na minha opinião, eu vou mais fundo depois.
E não tem nenhum problema de ir firme comprar essa briga, publicamente
inclusive, porque eu quero que me digam se é um projeto ruim ou ridículo, como
muitas vezes me falam, que a Secretaria dos Direitos Humanos publique fotos dos
indivíduos que comprovadamente cometeram estupro ou assassinato a um animal.
Essa é uma forma de constranger essas pessoas. Lamentavelmente, aqui no Rio
Grande do Sul, há essa cultura muito ignorante e limitada, inclusive a gente
escuta muito sobre barranquear porca ou égua, esse tipo de zoofilia se
naturalizou e veio para os meios urbanos. Porque no pátio, atrás da casa, um
vizinho vê um animal ser currado ou ser estuprado, porque muitas pessoas mantêm
esse tipo de relação sexual com os animais como se fosse algo normal, e se tu
ligas para a Brigada Militar, para os meus queridos amigos da Brigada ou da
polícia, o máximo que pode-se fazer é um boletim de ocorrências; daí é um ponto
final e vira arquivo. Por que vira arquivo? Por falta de prova, as testemunhas
se sentem intimidadas... Eu recebi centenas de gravações de animais sendo
assassinados, animais sendo estuprados, e isso não servia como prova para
colocar o indivíduo na cadeia. Então, enquanto não se mudar a legislação
federal, eu espero que a gente aprove, por unanimidade, como o mínimo de
respeito e amor aos animais, que o rosto dessas pessoas que comprovadamente
geraram estupro ou cometeram assassinato a um animal vá para o site da Secretaria dos Direitos dos
Animais. Que isso inclusive vire um exemplo para outros municípios colocarem no
site das prefeituras, no site da Polícia, e que se viralize, que
isso vá para Facebook, que vá para a Internet, justamente para se saber que
aquele indivíduo assassinou um animal, que aquele indivíduo que está apontado
com nome, sobrenome e registro, estuprou um animal e que isso não é normal,
porque, senão, esta cultura continua e vamos chegar, seguramente, Presidente
Cassio Trogildo, no ano de 2500 e vai ter gente estuprando animal, porque
psicopata, gente de mal com a vida, frustrada, que mata, que chuta, que
assassina, que chuta, que dá um tiro e que faz a transferência dos seus
problemas emocionais para os animais é o que mais tem. Se o cara bate numa
mulher... Se o indivíduo, hoje em dia, bate num filho, espanca um filho... Bate
num idoso... Dentro de uma família tem inúmeros, centenas de exemplos. E tem
uma delegacia, pelo menos. Vocês imaginem para os animais, que não têm nada,
não têm nem delegacia, não têm nem prova, não têm nem quem incrimine. O mínimo
que podemos fazer é constranger esses indivíduos, e eu espero contar com o apoio
de vocês para isso. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Estão encerrados os trabalhos da presente
Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 17h05min.)
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